GIGI

Hoje, primeiro de maio de 2015, dia do trabalho e, portanto, do trabalhador, me vem a lembrança de um dos trabalhadores mais dignos que já conheci: Luiz Lopes Moreira, o Gigi, funcionário da Litoteca de Araraquara.

Funcionário exemplar da época da CPRM trabalhadora e eficiente, tinha um cargo que hoje não mais existe: almoxarife. Trabalhava em um depósito que a CPRM tinha na Estação São Judas, em São Paulo.

Com o desenvolvimento da sondagem de grande porte, a CPRM alugou um depósito em Bauru.

E lá se foi Gigi para organizar e guardar o valioso material de sondagem. Como sempre, cumpriu seu papel perfeitamente.

Anos depois, com a nova estrutura da sondagem em Araraquara, lá se foi Gigi, executar com perfeição, seu trabalho de apoio a uma estrutura que cada vez crescia mais.

As sondas, espalhadas por diversas cidades, trabalhavam 24 horas por dia, e 364 dias por ano. Só paravam na sexta feira santa.

E era só passar um rádio ou telefonar à hora que fosse.

-       Gigi, estou mandando um carro buscar um sub 4 ½”IF X 3 ½ IF.

-       Gigi, estou mandando um caminhão buscar um underrimmer.

E, a hora que fosse, no dia que fosse, lá estava Gigi providenciando o pedido. E nunca falhou.

E sabia tudo. Conhecia todos os equipamentos. Mais que muitos engenheiros e geólogos da sondagem. E sabia onde estava e quando precisava pedir reposição de estoque. Gigi era, simplesmente, perfeito.

Um dia desativaram a sondagem. Aliás, um erro estratégico, pois hoje sabe-se a necessidade dela, com o problema de água. Mas é assunto para outra hora.

E o terreno de Araraquara foi deixado de lado pela CPRM. Abandonado, mas com uma fortuna em material de sondagem.

Empresas particulares compraram as sondas da CPRM. Sondas de oito milhões de dólares foram vendidas a 80 mil reais.

Mas a grande parte de material de reposição ficou na área da CPRM.

Sob a guarda de Gigi. E sob o assédio das empresas para “adquirir” o material oferecendo “um presentinho” a Gigi.

Nunca saiu um parafuso do depósito de Araraquara. Afinal, lá estava Gigi, o cão de guarda mais fiel já visto.

Fiel a seus princípios. Honestos princípios.

Tempos atrás, um reles GERAFI disse não confiar nos funcionários de Araraquara, entre eles, Gigi, pois teriam participado do roubo de um alicate.

Gigi teria sido um cão de guarda de material caríssimo, deixou de receber muita propina que lhe ofereceram, mas roubou um alicate.

Claro, acusação sem provas, como ocorre com acusações vindas de um irresponsável. Acusação de quem ajuda a encobrir todas as irregularidades que existem na SUREG SP.

Conheça a história da pessoas antes de abrir essa latrina que lhe serve de boca, GERAFI. Não tome o seu exemplo como padrão.

Vou lhe dar uma sugestão, GERAFI: prove o que disse.

Mas, se não tiver prova alguma, o que é mais provável, peça desculpas.

Humm.. talvez não seja razoável a sugestão: pedir desculpas exige uma coisa que você não tem: caráter.

Voltando ao Gigi:

Gigi, você é um exemplo digno do verdadeiro trabalhador brasileiro.

Acusações calhordas não denigrem, jamais, o exemplo que você deu a muitos...